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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Asfalto vegetal pode ser a solução para estradas de terra

 Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/01/2013

Bioasfalto vegetal pode ser a solução para estradas de terra
Wilson Smith se entusiasma com a coesão e a dureza apresentada pela mistura de poeira de estrada e lignina. [Imagem: KSU]

Bioasfalto O asfalto parece ser a melhor solução do mundo quando se é forçado a viajar por uma estrada de terra. Mas Wilson Smith, estudante da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, defende que nenhum dos dois é o ideal: nem o asfalto é a solução para todas as estradas, e nem tampouco há que se resignar a viajar por estradas poeirentas e esburacadas. Por isso ele decidiu trabalhar com um material de origem vegetal, na tentativa de criar uma alternativa que melhore as condições de tráfego das estradas não pavimentadas. Smith está trabalhando com a lignina, o material que dá rigidez às células vegetais, para fazer um composto que possa dar rigidez à terra solta e aos pedregulhos das estradas vicinais. Bioasfalto O que torna a lignina um material particularmente valioso para essa aplicação é o seu comportamento adesivo quando é umedecida, com capacidade para agregar os materiais do solo, gerando uma coesão e criando uma espécie de "bioasfalto". Isto torna a estrada de terra menos poeirenta, mais lisa e com uma menor necessidade de manutenção, sobretudo no período das chuvas. A lignina está presente em todas as plantas, sendo rejeito de culturas comerciais, como no caso do bagaço da cana-de-açúcar, da palha de milho e de outros resíduos da agricultura, assim como da indústria do papel, o que a torna um material sustentável e renovável. Depois de diversos experimentos, Smith selecionou cinco diferentes concentrações de lignina no solo, que se mostraram mais promissoras - 2%, 4%, 6% e 9% - e que agora estão sendo avaliadas na resistência da coesão do solo e, portanto, da diminuição da erosão da estrada. Testes de campo Com os bons resultados dos testes iniciais, a coordenadora do grupo, Dra Dunja Peric, selecionou novos estudantes para avaliar o uso do material em outras condições, o que inclui a secagem prévia e a aplicação direta da lignina no solo. "Nós queremos fazer uma análise exaustiva de como a coesão varia quando você muda a concentração de lignina, a quantidade de água e a compactação," disse Smith. "Isso vai determinar, em estudos de campo, qual a porcentagem de lignina produz a maior estabilização do solo." O grupo programou uma apresentação dos resultados da sua pesquisa para meados de Fevereiro, quando eles esperam fazer parcerias para os testes de campo, o que não deverá ser difícil, já que o Kansas é um estado agrícola, com quase dois terços das estradas sem pavimentação.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Municípios da Bacia do Velhaco

A bacia do Arroio do Velhaco banha cinco municípios, permitindo a orizicultura em várias partes de sua extensão. Vamos falar destes municípios aqui começando com Arambaré:

História de Arambaré

 Segundo contam os historiadores, os primeiros habitantes das baixas e férteis terras da Laguna dos Patos foram os índios Arachanes, de descendência Tupi-Guarani que, ao migrarem da Cordilheira dos Andes, das imediações do lago Titicaca, encontraram o espaço ideal para a sua sobrevivência (REMUSSI, 2004).


Os primeiros habitantes deste território descendiam das tribos dos Aimarás e foram atraídos pelo comércio com os guaranis, que se radicaram às margens do Rio Camaquã (REMUSSI, 2004). Os índios Arachanes tinham pés e mãos desenvolvidos devido à prática da natação para fins de pesca. Na língua Tupi, a palavra Arachãs significa Patos, originando-se daí a denominação oferecida ao grande lago, a mãe-água, qual seja, Lagoa dos Arachãs ou então de Laguna dos Patos (REMUSSI, 2004).

 Por volta de 1763, casais açorianos vindos para o sul estabeleceram-se na margem esquerda do estuário do Guaíba e na margem direita da Laguna dos Patos, fundando fazendas e charqueadas até o rio Camaquã (REMUSSI, 2004). Com a chegada dos primeiros casais portugueses que fundaram Porto Alegre, iniciou-se o processo de colonização e o fluxo exploratório e migratório da região mais ao sul do continente, estimulando, com o decorrer do tempo, outras etnias a se instalarem na região, promovendo assim a diversidade étnica existente (REMUSSI, 2004).


Desde essa época, os habitantes do então distrito de Arambaré uniram-se na busca do desenvolvimento, através da agricultura, da pecuária e sobre tudo pelo grande potencial turístico e pela beleza natural da região (REMUSSI, 2004). Com o decorrer do tempo, conforme deu-se a ocupação das terras indígenas por europeus e seus descendentes, foram desaparecendo os vestígios da cultura indígena. Até meados do século 20, mais precisamente até o ano de 1938, a localidade passou a denominar-se Barra do Velhaco, em alusão a um Arroio com águas imprevisíveis e suas areias movediças. Em 28 de dezembro de 1938, a localidade passou a denominar-se Paraguassu e somente em 1945, por intermédio do decreto estadual 7.841, recebeu o nome definitivo de Arambaré, que em uma tradução livre, significa terra das delícias (REMUSSI, 2004).

 A localidade manteve-se como distrito de Camaquã até 20 de março de 1992, quando então, após a realização de todo o processo de emancipação política e administrativa, o Governador do Estado, Alceu Colares, assinou a Lei Estadual, que criava o novo município (REMUSSI, 2004). Toda a comunicação era via Laguna dos Patos, para as cidades da Costa Doce, como também Porto Alegre. Existiam em Arambaré vários trapiches na Laguna, por aonde chegavam as mercadorias e saiam os produtos, especialmente o arroz que, naquela época, era o forte da economia do município. Os barcos transportavam até 3.500 sacas de arroz. As lavouras davam duas grandes safras: a do arroz e feijão tupi. O produto chegava a Arambaré em carroças puxadas por bois, que paravam à sombra de figueiras, antes de levarem a carga até os trapiches. Já o combustível, o açúcar e o café vinham de Porto Alegre (REMUSSI, 2004).


Quem dominava o comércio em Arambaré naquela época eram João Augusto Monser, Palmor Almeida, Júlio Ribeiro Corleta, Irineu Cibils e os Ayub. O Dr. Irineu Cibils era médico, atendia os doentes a pé e a cavalo, mas era, ao mesmo tempo, dono de intermináveis áreas de terra (REMUSSI, 2004). Desde o início das festas religiosas de Navegantes, as procissões eram feitas de barco, vindo gente de toda região. Naquela época não existia desemprego, pelo contrário, no tempo da colheita do arroz vinha pessoal de fora. Os engenhos de arroz eram movidos a vapor, obtido da queima da própria casca do arroz, que movimentavam o engenho e iluminavam algumas casas. A luz elétrica veio com Cibils e Buchaim e, depois, através da Prefeitura de Camaquã, que mantinha motores a óleo diesel, fornecendo luz das 8 às 11 horas da noite. Para obter luz após este horário havia a necessidade de pagar o óleo, como acontecia nos bailes que geralmente ultrapassavam este horário (REMUSSI, 2004).

A luz, no início, vinha dos cata-ventos e lá pelos anos 30, os engenhos de arroz produziam a luz e levavam até alguns amigos, entre os beneficiados da igreja Nossa Senhora dos Navegantes (REMUSSI, 2004). Esta igreja teve início pelos anos 30 e foi concluída lentamente, sofrendo várias reformas. O que não se concebia naquela época, por volta de 1947, é que existia certa segregação racial. Exemplo disso eram que os bailes aconteciam de duas formas distintas: uma só para brancos e outro, só para gente de cor (REMUSSI, 2004).


Em 1948, o Dr. Cibils único médico de Arambaré, personalidade eminente do município, viajou à Europa e trouxe uma amostra de soja. O Dr. Cibils distribuiu um punhado de soja para cada agricultor, profetizando: “Isto será o futuro do mundo”. Ninguém, na época, sabia o que era a soja (REMUSSI, 2004). Entre os anos 30 e 60 não existia falta de emprego. Só os engenhos ocupavam mais de 200 pessoas, número este maior que toda a população de Arambaré (REMUSSI, 2004). O abastecimento comercial de cidades como Pelotas, Rio Grande e Guaíba era realizado através da Laguna dos Patos. Os trapiches existentes naquela época tinham aproximadamente 100 metros de extensão cada um (REMUSSI, 2004).

Após a construção da BR- 116, todo o comércio local de Arambaré sofreu um impacto, pois o transporte de mercadoria foi redirecionado para a estrada nova, desviando toda a rota de negócios (REMUSSI, 2004). Texto retirado do Trabalho de Conclusão de Curso de Letícia Dietrich (2008), para a obtenção do grau de Bacharel em Turismo na FEEVALE, entitulado "Potencialidade Turística do Município de Arambaré e sua relação com os serviços".

 FIGUEIRA DA PAZ 


 Arambaré preserva um patrimônio do estado do Rio Grande do Sul, a maior figueira do estado, a Figueira da Paz, com aproximadamente 141 m de perímetro. Sua copa abrange um raio de 50 m e a circunferência do tronco é de 12 m. Com idade aproximada entre 400 e 700 anos, encontra-se no centro da cidade, cercada por bancos e é iluminada à noite, realizando o espírito de convívio com a natureza. A figueira é uma árvore originária da região da Mata Atlântica que recebe o nome científico de Fícus Organensis, compondo uma bela paisagem natural em toda a Costa Doce. Na cidade de Arambaré, a imagem da figueira é utilizada como um símbolo da emancipação política e administrativa do município. Segundo a história verbal relatada, junto a esta área habitavam índios Arachanes, que no passado viviam da caça e da pesca na Laguna dos Patos.

Conta a lenda que uma índia de nome “Justa”, teria se abrigado junto à figueira e ali permanecido até a sua morte. A administração municipal no ano de 1998, quando a cidade integrou-se às atividades dos jogos da Paz, celebrada em vários países, inaugurou uma placa alusiva ao evento, denominando o espaço de “Figueira da Paz”. As figueiras estão protegidas por lei estadual que as torna imunes ao corte, pois as mesmas abrigam várias espécies da flora e da fauna. Seus frutos servem como alimento para diversas espécies de aves e constituem abrigo para outras plantas. Atualmente a figueira vem passando por um problema estrutural delicado. Uma rachadura num dos seus principais galhos está colocando as autoridades numa situação complicada. O IBAMA não quis se responsabilizar e passou o problema para a FEPAM que é o orgão ambiental do estado. Podar é a solução que logo aparece, mas com a poda a figueira pode perder o equilíbrio e tombar. A outra solução seria a de colocar cimento nas rachaduras, evitando assim que a umidade apodreça mais o galho.

Do site Obras Sistema Velhaco

sábado, 12 de janeiro de 2013

Obras do sistema Velhaco



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Apresentação

As Obras do Sistema Velhaco é uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Arambaré para aumentar a oferta de água para irrigação. O empreendimento faz parte do Projeto de Irrigação Costa Doce, e pretende implantar um canal de aproximadamente 24 km a partir da laguna dos Patos junto a foz do arroio Velhaco.
Com o projeto serão beneficiadas 57 propriedades, cuja área corresponde a cerca de 10.523 hectares, além do Sistema de Irrigação da Associação dos Usuários da Barragem do Arroio Duro – AUD, a partir de uma vazão total de 20,5 m³/s.

Localização

O Sistema Velhaco está situado inteiramente no município de Arambaré - RS, nas proximidades de seu centro urbano. O acesso principal é realizado pela rodovia BR-116, ou pela RS-350.
É limitado ao norte com o Arroio Velhaco, ao sul/sudoeste com terras da Fazenda Barroso, com o Canal do Jacaré e com o Canal do Butiá, a leste com a laguna dos Patos e com a área urbana de Arambaré, e a oeste pela cota altimétrica de 15 m sobre o nível médio do mar (tendo a BR-116 como limite extremo).



Empresas Envolvidas

As Obras do Sistema Velhaco estão sendo executadas por diversas empresas. Desta forma, as variadas atividades são realizadas por especialistas em cada setor. Abaixo estão destacadas algumas empresas atuantes:

ENGEPLUS - Empresa há mais de 26 anos no mercado, especializada na consultoria e elaboração de projetos de engenharia, recursos hídricos e meio ambiente. Responsável pela elaboração dos projetos básicos ambientais, supervisão e fiscalização da implantação das obras.

MARCO PROJETOS E CONSTRUÇÕES - Mais de 30 anos de experiência na execução de obras e serviços de engenharia, responsável pela implantação do Sistema Velhaco.

ASSOCIAÇÃO DOS USUÁRIOS DA BARRAGEM DO ARROIO DURO - Responsável pela idealização do projeto. Mediou a relação entre agricultores e Prefeitura Municipal de Arambaré para a concepção do projeto.

TERRA AMBIENTAL - Há mais de 10 anos no mercado de consultoria ambiental, responsável pela execução dos planos/projetos/programas ambientais.

IBI ENGENHARIA - Responsável pela fiscalização e supervisão das obras em consórcio com a ENGEPLUS.
Benefícios

O Sistema Velhaco - Projeto de Irrigação Costa Doce abrangerá uma área de aproximadamente 10,5 mil hectares, beneficiando cerca de 57 propriedades agrícolas e a Associação dos Arrozeiros do Arroio Duro - AUD na região de Arambaré-RS. Desta forma, serão minimizados os efeitos da estiagem sobre a produtividade do agronegócio na região.
O projeto possibilitará um incremento na produtividade do arroz - cultura de grande importância econômica para a região - além de gerar cerca de 150 empregos na fase de construção e aumentar o arrecadamento de impostos do município durante a operação, fazendo circular mais de R$ 45 milhões por ano. Durante as obras a cidade será beneficiada com o melhoramento das estruturas viárias, sinalização, etc.
Além dos grandes benefícios econômicos e sociais, o projeto também respeitará o meio ambiente. Foram realizados Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e serão aplicados Programas Ambientais para evitar e minimizar os danos da construção do canal aos ecossistemas da região, principalmente a Laguna dos Patos. Todas as atividades estão sendo acompanhadas pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM).

Licenciamento Ambiental

A etapa de licenciamento de empreendimentos que utilizam recursos naturais, como o Sistema Velhaco - Projeto de Irrigação Costa Doce, ocorre em três etapas:

Licença Ambiental Prévia (LP) - Atesta a viabilidade ambiental do empreendimento, sem autorizar o início das obras.
Licença Prévia do Empreendimento (LP) nº 1.219/2009-DL

Licença Ambiental de Instalação (LI) - Após atendida as condições da LP é expedida a LI, a qual permite o início das obras.
Licença de Instalação do Empreendimento (LI) n° 748/2011-DL

Licença Ambiental de Operação (LO) - Após atendida as condições da LI, a LO autoriza o início de funcionamento do empreendimento.
Solicitada após a implantação do empreendimento
Outras Autorizações obtidas:

Portaria DRH nº 48/2010, a qual estabelece a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos;

Ofício nº 0833/2011, no qual o IPHAN/RS autoriza a execução das obras.
Durante esta fase de implantação, as obras serão fiscalizadas periodicamente pela FEPAM de modo a garantir a proteção ambiental por intermédio da execução de Planos/ Programas/ Projetos Ambientais.